Reflexões sobre nossa economia pouco criativa.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011



Sustentabilidade e economia criativa como estratégias de futuro.


Para quem presta atenção nas mudanças e tendências mundiais, já deve ter se dado conta de como as matérias intangíveis tem se tornado central nos negócios em todo o mundo. Para provar essa realidade não se faz necessário muito esforço, uma vez que pesquisas internacionais mostram a natureza dos produtos mais caros do planeta.

Para quem chutou o Google como líder no ranking mundial e em posição número um sendo o produto mais caro do planeta, acertou. Ele é o produto mais caro do mundo e o mais intangível também.

Ou seja, está absolutamente claro que a matéria prima mais valiosa e que o futuro dependerá mais, é a criatividade.

Criatividade é um bom ponto de partida para tratar de sustentabilidade, pois matéria intangível, elástica, e abundante como no caso da criatividade é fundamentalmente sustentável.

Criatividade é infinita, tem início, mas não tem fim.

Esse contexto delineado pela nossa história evolutiva se tornou o grande motor do século XXI, porém nossas lideranças políticas pouco conhecem e tocam no assunto. Problema grave a enfrentar! No entanto é de extrema importância olhar para as empresas que chegam ao mercado trazendo inovação e tendo como fonte de riqueza e matéria prima principal a criatividade. Algumas empresas são tão conscientes que trabalham com essa economia criativa que o próprio termo se torna nome e identificação das mais ousadas e inovadoras, em Sorocaba interior de SP, por exemplo, há um núcleo de consultoria estética para web designe empresarial chamada TroiK Criativa.

Ou seja, se o criativo já é nome de empresa, não há como negar que o futuro sempre foi e sempre será delineado por quem trabalha com criação.

Segundo a ONU a economia criativa já é responsável por 10% do PIB mundial. A UNCTAD divulgou que entre 2000 e 2005 que os produtos e serviços criativos mundiais cresceram a uma taxa média anual de 8,7%, o que significa duas vezes mais que manufaturas e quatro vezes mais que indústria.

Temos então emergindo no cenário mundial um setor monstro chamado: Indústria Criativa. E a grande sacada e a boa notícia é que este setor pode ser a grande salvação das crises financistas, ecológicas, e capitalistas, pois o setor nasce de natureza e essência sustentável, sua matéria prima é a criatividade, algo abundante, intangível e infinito.

Os maiores representantes desse setor criativo e sustentável são os artistas e criadores como: web designers, artista gráficos e o setor publicitário que por sua vez necessitam de mais designers e artistas criadores, ou seja, estamos falando de um mercado- compêndio, que emerge de maneira extremamente forte e carrega características sustentáveis, o que parece ser a bola da vez e a necessidade número um do planeta.

Bem, fazendo um panorama do cenário mercadológico, econômico, e sustentável, podemos afirmar que os profissionais do futuro são os que têm seu foco principal na criatividade, já as empresas que trabalham com tangíveis, recursos concretos e finitos estão com seus dias contados, pois trabalham num nível predatório e na direção da escassez. As mineradoras e petrolíferas, por exemplo, podem até estar dominando o mercado, mas a pergunta que se faz necessário é: Até quando?

Essas gigantes que representam a maior fatia do PIB de um país, também representam a maior fatia das políticas de gestão capitalista, competitivas, predatórias, exploratórias e insustentáveis.

O mundo líquido da criação está ganhando o mundo, Google, Orkut, Facebook, Youtube, produtos milionários que dependeram só de uma crise criativa e por isso são sustentáveis e abundantes.

Hoje mais de 70% da corporação Coca-Cola está em designe, publicidade e atributos intangíveis agregados a marca, pois bem, o que avistamos no horizonte longínquo onde nos aventuramos a navegar, é só a ponta do iceberg, se nos habilitarmos a mergulhar, descobriremos uma grande e forte base sustentadora que está ainda submersa na mentalidade pouco criativa da maioria esmagadora que torna insustentável nosso planeta.

Prestemos atenção e banqueteemo-nos na lógica troikaniana de agir, 3 cavaleiros, 3 elementos e 3 possibilidades. 1,2,3... Tripé que sustenta a continuidade que chamamos de futuro.

por Thiago Alixandre.

Co-fundador do Coletivo O¹², bailarino e pesquisador com foco em economia criativa, autonomia em sistemas vivos e sustentabilidade.

Informação adicional:

No primeiro semestre de 2010 fui bolsista convidado por Lala Deheinzelin para o primeiro curso de economia criativa no Brasil, lecionado por ela e por George Yúdice. Lala é assessora internacional da ONU no campo de economia criativa e George Phd pela Miami University com foco em economia da cultura, nessa oportunidade pude me aprofundar nos meus estudos e pesquisas sobre economia e estratégias sustentáveis, e pra quem não conhece o assunto vale a pena buscar informações sobre esses dois nomes citados, pois são referências mundiais nesse campo de conhecimento .

Comments

No response to “Reflexões sobre nossa economia pouco criativa.”
Post a Comment | Postar comentários (Atom)